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08julho

Rede Social, autoconhecimento, vulnerabilidade

A rede social pode ser um lugar incrível de autoconhecimento, experimentação de possibilidades e encontros. Como psicóloga, em um perfil profissional, acrescento mais uma palavra: vulnerabilidade. Um lugar de vulnerabilidade.
Gostei da forma que Brené Brown abordou o termo no livro “A Coragem de Ser Imperfeito”: é como estar nua diante de vários olhares, de vários modos de interpretação e possibilidades de julgamentos. Sobre as críticas que podem chegar nessa exposição de si, a autora ainda pontua: “se uma pessoa não está na arena da vida como nós, lutando e dando a cara a tapa, não estou interessada no que ela tem a dizer”. Assim, podemos aprender a construir um filtro para saber a função do que (nos) dizem os que não se expõem.
Lembro que iniciei esse perfil pisando em ovos, com todas as receitas acadêmicas e imaginárias do que é esperado de uma psicóloga. Se mostrar ou não se mostrar? Falar ou não falar? “Ser ou não ser”? – como diria Hamlet, em Shakespeare: “eis a questão”. O que você escolhe na rede e na vida?
Como destaquei anteriormente, além de um poderoso instrumento de divulgação profissional, encontros e debates potentes, rede social é poço profundo de autoconhecimento também.
Você já se perguntou para que você posta o que posta? Você já se perguntou o que busca quando cria um perfil e quais são as necessidades por trás dessa busca? Você já percebeu os efeitos quando recebe visibilidade e quando não recebe a notoriedade que gostaria, ao fazer uma postagem? Qual é a diferença em você, quando erra e quando é validada(o)? E o que tudo isso fala sobre si para além da rede social?
Segundo Clarissa Pinkola Estés, “fazer a pergunta certa é o ponto central da transformação. (…) O que está por trás da porta?” – Olhe a imagem que acompanha esse texto. Me chega a mesma pergunta: o que está por trás? É uma guiança na cauda processual do crescimento: fazer contato com / des-cobrir.
Dessa maneira, é possível encontrar a própria face, sem máscaras desconfortáveis, se conectar com os valores que permeiam a própria existência e entender o que é “ser” e o que é “não ser”.
Aprendo muito por aqui e com vocês. Eu escolho a continuidade dos propósitos de informar, de colher, de respeitar as maneiras de estar humano(a), de seguir com intenção amorosa e poética, de trazer natureza e corporeidade das formas que me tocam, das formas que consigo. Ainda que haja o estar vulnerável, porque faz parte do ser real. É uma mensagem que quero deixar para quem sente o cheiro da insegurança quando imagina se expor. Já pensou em tomar um café com a vulnerabilidade?
Finalizo acompanhada pela fascinante Barry Stevens, uma mestra da espontaneidade. Quando conta acerca desse percurso de escrita de um livro, ela fala: “sob este aspecto eu não tenho ambição. O que me interessa é o que eu tiro desse escrever. Se ninguém ler, não faz mal”. Olha só: mergulhar na experiência, relaxar no mergulho, aprender algo, fazer o que nutre o coração, sem se perder. Navegar pelas redes, é navegar em si também.

Imagem: @georgiarosehardy

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"Não tenho ensinamentos a transmitir. Tomo aquele que me ouve pela mão e o levo até a janela. Abro-a e aponto para fora. Não tenho ensinamento algum, mas conduzo um diálogo." | Martin Buber