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04janeiro

Quem cuida da mente, cuida da vida!

O que é ser saudável, para você?

Se você pensa que saúde significa ausência de doenças, a Organização Mundial da Saúde (OMS) nos trouxe um conceito diferente. Neste sentido, a saúde é definida como o completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente como a falta de enfermidades.

Mas, o que é bem-estar? É possível viver um constante e completo estado de bem-estar?

É pouco provável que encontremos alguém que se encaixe nesse conceito da OMS, visto que é bastante fantasioso acreditarmos em um PERFEITO equilíbrio biopsicossocioespiritual. Sendo assim, poucos indivíduos seriam considerados saudáveis.

Um cirurgião francês chamado René Leriche, defendia que a saúde é o silêncio dos órgãos, nos trazendo uma visão médica do tema. Se o meu corpo grita por meio de dores, eu desejo esse silêncio. Se a minha mente grita por meio da ansiedade, eu desejo o silêncio. E isso se aplica a muitas outras circunstâncias, sensações, sintomas. Porém, será mesmo que, no plano mental, o silêncio significa saúde? Será que administrar os sintomas e medicalizá-los imediatamente é promover uma quietude dos sofrimentos psíquicos? Será que a solução neuroquímica/medicamentosa é recomendável para todos os tipos de sofrimentos, que fazem seus barulhos, naturalmente, pedindo atenção?

Acredito que, com tantos questionamentos e conceitos, precisemos falar sobre Saúde Mental.

Nos relacionamos com o mundo, modificando-o e sendo modificados por ele. E, gostaria que entendesse “mundo” como o conjunto de elementos que nos coloca como seres humanos, ou seja, mundo psíquico, biológico, educacional, familiar, social, econômico, político, espiritual. Todos esses fatores são fundamentais quando pensamos na busca ou manutenção da Saúde Mental.

Por isso, falar sobre Saúde Mental é falar sobre os diversos contextos em que estamos inseridos, as condições pelas quais a nossa vida acontece e um processo de busca por equilíbrio, nem perfeito, nem completo, mas continuado.

Respondendo às perguntas anteriores, o silêncio nem sempre significa saúde mental e calar os sofrimentos por meio dos variados remédios, que a indústria farmacêutica nos oferece como solução rápida, nem sempre produz resultados satisfatórios.

Promover Saúde Mental vai muito além e envolve pensar de maneira global e ampliada. Promover Saúde Mental envolve considerar cada indivíduo como um todo, que responde ao mundo diferentemente, de maneira singular. Promover Saúde Mental é olhar o ser humano como capaz de buscar modos de existir mais saudáveis, mesmo em circunstâncias desfavoráveis. E, inclusive, olhar para o transtorno mental do outro como a forma mais “saudável” que este encontrou de estar no mundo, diante das dificuldades e dores vivenciadas pelo caminho. Promover Saúde Mental envolve cuidar desse indivíduo, percebendo-o muito além do diagnóstico ou psicopatologia.

Foi com o propósito de gerar esse tipo de reflexão que nasceu a Campanha Janeiro Branco. Este é um projeto belíssimo que convida a sociedade e cada um de nós, individualmente, a pensar sobre a própria vida, sobre o autoconhecimento e as relações que construímos com o nosso ser e com o ser do outro. O Janeiro Branco se concentra na prevenção do adoecimento emocional e na promoção de saúde mental.

“Porque há sofrimentos que podem ser prevenidos. Dores que podem ser evitadas. Violências que podem ser impedidas, cuidadas ou reparadas. Exemplos que podem ser partilhados. Ensinamentos que podem ser difundidos em nome de povos mais saudáveis e mais bem resolvidos em termos emocionais. ” (Do site Campanha Janeiro Branco)

Querid@s, faço do lema desse importante projeto as minhas palavras:

Quem cuida da mente, cuida da vida!

Se cuida!