08fevereiro
Umas das melhores coisas que tenho alcançado na vida, é a minha sensação de liberdade.
E não falo de fora. Falo liberdade cavalgando dentro.
Hoje, após um atendimento, eu só quis dançar. Não sei de onde veio. Mas senti que precisava dançar após aquela escuta. E assim fiz. Dei destino movente aos minutos.
Dancei com a bagunça, com a desarrumação, com a imperfeição da casa, com o que não quero na casa.
Dancei com o meu frizz, com o cabelo que cada vez mais sai do lugar, desata, assanha, sobe, provoca.
Eu dancei com uma folha morta da planta que aqui mora. Morta e ainda verde.
Eu dancei reverenciando o caos de caixas tantas, dos sacos imensos cheios de jogar fora, eu dancei com tudo isso em mim também.
Dancei com a minha mudança.
E não paro. E continua. Não tem volta.
Compreendi que também há importância nos músculos de algumas desordens e celebro. Celebro, enfim.
Tem sido possível dançar o que está fora do lugar? É possível tolerar o que está fora do lugar? O que está fora do lugar? O que é estar fora do lugar?
"Não tenho ensinamentos a transmitir. Tomo aquele que me ouve pela mão e o levo até a janela. Abro-a e aponto para fora. Não tenho ensinamento algum, mas conduzo um diálogo." | Martin Buber