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17outubro

Escutar a criança

Quando eu era criança eu não saía da cidade onde eu morava com frequência. O máximo que acontecia era estar em Salvador para exames médicos.

Lembro dos meus olhinhos desejantes por passeios, quando chegavam primos, primas, tios e tias de outras cidades e/ou países, planejando conhecer lugares novos ou ir simplesmente “ali”.

Eu ficava pulsando por dentro querendo que me levassem para onde fossem. O que nem sempre era viável ou possível, obviamente.

Com o tempo, com idade mais avançada e algumas possibilidades financeiras, sem perceber, eu comecei a me levar pra passear. E desde então não parei mais.

Quando vejo algumas fotografias antigas, eu lembro dos olhinhos desejantes da minha criança, que às vezes ficava triste por não ter sido levada para algum canto diferente.

Ela tinha sede de coisa nova. E agora a gente vai pra tudo que é canto, sorrindo, brincando, com medo às vezes. Mas a gente vai.

Não quero perder de vista a curiosidade e tesão pela vida, daquela menina. Quero nutrir nossa pele com as belezas, com as fomes, com os prazeres, com os descansos.

Você já realizou algum desejo da sua criança, nessa adultez? Para onde ela gostaria de ser levada? Quais são as experimentações que essa criança ainda quer tanto e muito?

Escuta, que certamente é sinal de alguma alegria crescente, no horizonte.

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"Não tenho ensinamentos a transmitir. Tomo aquele que me ouve pela mão e o levo até a janela. Abro-a e aponto para fora. Não tenho ensinamento algum, mas conduzo um diálogo." | Martin Buber