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07março

O Ideal

Ideal de relação, de sucesso, de corpo, de ser mulher, de carreira, de filho, de vida.

Charlie Brown Jr. cantarola nos ouvidos:
“a gente corre o tempo todo atrás de um tal de ideal, baseado num formato que talvez não seja o ideal, nem pra você, nem pra mim.”

Você já questionou os seus ideais de estar no mundo?

Pode ser revelador o exercício de senti-los, de saber de onde chegam e a serviço de que estão.

Muitas vezes, vivemos em um automatismo alienante, que nos coloca à margem de nós mesmas, como robôs, cuja função é programada para fazer o esperado, o que querem que seja feito, o que acreditam que seja o ideal.

Mas ideal para quem mesmo? E quanto lhe custa a busca incessante pelo lugar ideal, que talvez nem fale sobre quem é você?

Os ideais de outros podem se tornar os nossos, sem que ao menos questionemos, compreende!? E esse engolir sem mastigar pode ser perigoso. Pois nos retira a possibilidade singular de nos construirmos a partir do que é valoroso para nós.

É muito extraordinária a decisão de viver a partir do que é significativo para você, deixando ir o “ideal de ser” de outros, que não conectam com seus sentidos. É perigoso viver sem se saber, sem se sentir, sem se dar visibilidade no próprio caminho.

E se não quiser um carro? E se não quiser ter filhos? E se não for um sonho comprar uma casa? E se gostar do seu corpo aos 65? E se quiser viver um poliamor? E se preferir ganhar menos para ter mais tempo livre?

Sustentar a transgressão da norma geralmente é desafiador. Mas se encaixar nos ideais de ser que não falam sobre ti, é estar como “uma árvore em um vaso pequeno demais”, citando @andre_tecedeiro. Não cabe, é apertado, sufoca, fadiga, despedaça.

No filme Enola Holmes, ergueu-se, para mim, uma espécie de mantra forte e corajoso:

“A minha vida é MINHA!”

É sobre ser sua, é sobre valores, sobre a aceitação das imperfeições dos próprios ideais, é sobre ir à arena dos erros e voltar com outro tamanho. É sobre se escolher para seguir viagem, quando a vida coloca na mesa o leque sedutor das infinitas possibilidades. Finalizo com Eudora, mãe de Enola, quando diz que, geralmente, há dois caminhos: o seu ou aquele que vão escolher por você.

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"Não tenho ensinamentos a transmitir. Tomo aquele que me ouve pela mão e o levo até a janela. Abro-a e aponto para fora. Não tenho ensinamento algum, mas conduzo um diálogo." | Martin Buber