14fevereiro
É quando acreditamos que é necessário vestir uma roupagem que agrade o outro, para sermos pessoas aceitas, amadas e queridas.
O que deixamos de ser e fazer para agradar? Quais são as consequências?
Como John O. Stevens trouxe, um relacionamento honesto nem sempre será confortável, mas terá a característica de ser real. E como isso potencializa!
Me parece que temos uma escolha cotidiana a ser feita: “ser quem sou e correr o risco de desagradar alguns, ser quem querem que eu seja e correr o risco de desagradar a mim”.
Eis a questão.
Quando agradar o outro em detrimento de si, se torna uma constante na vida, muitas vezes o indivíduo esquece de que também é gente, com valores, singularidades, sentimentos e desejos. Não dá para morar num barco sem ancorar. O barco seria levado a depender do vento e correnteza, para qualquer lugar. Percebe? Qualquer lugar.
É isso que acontece quando deixamos que decidam por nós. Quando nos anulamos para não desagradar, vamos desaparecendo.
“Quando sou eu mesmo, e você responde com calor e afeto, então o amor existe. Se faço cálculos, e apresento um comportamento falso para lhe agradar, você pode estar amando meu comportamento, mas não pode amar a mim, porque ocultei minha existência real atrás deste comportamento artificial.
(…) o amor é para a imagem que criei e não para mim.
Preciso estar constantemente alerta para ter certeza de que mantenho a minha imagem, para que o amor não desapareça.
(…) Quando, ao contrário, sou honesto comigo mesmo, e você reage a mim tal como sou no momento, posso conhecê-lo e obter a satisfação de estar me relacionando com você. Este relacionamento honesto não é sempre alegre e agradável, às vezes é triste e bravo, mas é sempre real, sólido e vivo.”
Com esse trecho, do livro Tornar-se Presente, de John O. Stevens, finalizo o texto desejando bons frutos reflexivos por aí.
"Não tenho ensinamentos a transmitir. Tomo aquele que me ouve pela mão e o levo até a janela. Abro-a e aponto para fora. Não tenho ensinamento algum, mas conduzo um diálogo." | Martin Buber