05setembro

A formação desse corpo que somos, na vida intrauterina, envolve diversos microprocessos que continuam ao nascermos e ao peregrinarmos no terreno do existir.
Nessa vida intrauterina, tivemos outros formatos, outras posições, outros tamanhos. Ocupamos um outro espaço, e vivemos outras cores.
Durante o seu desenvolvimento dentro do corpo da sua mãe, foram necessárias pequenas mortes para que germinassem novas formas de você. Uma verdadeira metamorfose humana, com quedas, migrações de órgãos, movimento, entradas e saídas.
Foi fundamental romper e encontrar.
E ainda é.
A todo momento estamos em contato com a vida- o corpo- o tempo que passam.
Seguimos experimentando neste solo, outros formatos, posições e tamanhos. Seguimos ocupando espaços, sentindo temperaturas e vivendo cores. Talvez só tenhamos mudado de útero mesmo. Pois o desenvolvimento dentro-fora é companhia até o último respiro.
Quantos rompimentos e encontros fazemos e faremos? Não sei.
Mas sei que é o trajeto pelo qual a transformação acontece.
Como é, para você, romper e encontrar?
Porque a vida é sobre romper e encontrar continuamente. A vida é sobre parir, e não é isenta de dor, de sensação de nudez, de susto. Não é isenta de deixar algo pra trás e continuar, mesmo que.
Não é isenta de vulnerabilidade e colo.
E que lembremos do colo, sobretudo. Aprender a dar e aprender a receber.
Saber-se vulnerável também, ainda que seja difícil abraçar.
Por que?!
São importantes vias de nutrição e fortalecimento da humanidade que te atravessa.
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Imagem: @nina_zimolong
"Não tenho ensinamentos a transmitir. Tomo aquele que me ouve pela mão e o levo até a janela. Abro-a e aponto para fora. Não tenho ensinamento algum, mas conduzo um diálogo." | Martin Buber