07novembro
1. Aprendi a estar com os erros. Compreendi com o corpo inteiro que errar é condição humana. O entendimento que antes ficava só na cabeça, desceu para todos meus poros e órgãos e músculos.
2. Parei de desejar ser outra pessoa, para acolher a pessoa que realmente sou, com todos os abismos, as paisagens, os monstros e o volume que tenho.
3. Me permiti ser diferente de alguns padrões familiares, dizer não, me posicionar, questionar. Perdoei pessoas que, sem intenção ou com intenção, me arrancaram ingenuidade, autoestima e sorrisos.
4. Criei pernas para me afastar de quem não me trazia boas sensações ou sementes.
5. Descobri que sou corajosa e que isso não anula o medo. Partir desse lugar, fez com que eu desse passos mais ousados em direção aos desejos, reconhecendo potência, limitações e segurando a mão do medo.
6. Parei de achar correto me prejudicar para agradar outras pessoas.
7. Entendi que às vezes não preciso providenciar nada ao sentir o que sinto. Mas apenas estar com aquilo, com o que é e com o que acontece.
8. Me autorizei a ter lazer, a ter descanso, a desconstruir a ideia da preguiça enquanto buraco sem fundo, para erguer a ideia de uma preguiça enquanto sombra de árvore. Gostosinha e boa de convidar para entrar, quando eu quiser.
9. Aprendi que muito do que eu acho que os outros pensam de mim, fala mais sobre mim do que dos outros. Em outras palavras, não tenho como adivinhar o que pensam de mim, se não falarem. E ficar ocupada com essas fantasias, só me retira energia, tempo e ousadias.
10. Notei que ainda existem questões muito difíceis de sentir, lidar e mudar sozinha, e que posso ir no meu ritmo, em respeito, com pausas e companhia.
💜
Hoje, respiro melhor.
Lembrando que essa foi a minha experiência. Será assim com todo mundo? Absolutamente não. Cada pessoa tem o seu processo e biografia. A terapia é solução para todo mundo? Absolutamente não. Algumas pessoas precisam, na verdade, de condições básicas de existência, como alimentação, moradia segura, emprego, renda adequada, vínculos saudáveis.
Conta! Você está em terapia? Quais foram as pequenas e grandes mudanças já acessadas?
"Não tenho ensinamentos a transmitir. Tomo aquele que me ouve pela mão e o levo até a janela. Abro-a e aponto para fora. Não tenho ensinamento algum, mas conduzo um diálogo." | Martin Buber